O investimento em internacionalização anunciará novos líderes de mercado
Como todos sabem a pandemia jogou por terra todas os cenários futuros idealizados quando o assunto envolvia o desenvolvimento da economia global, postergando planos de crescimento sustentável para muitas indústrias.
Com o capital de giro tomado pelos bloqueios ocasionados pelo COVID-19, muitas empresas não conseguirão aproveitar uma possível recuperação do mercado. Um exemplo é o setor de bens de consumo e varejo que irão testemunhar uma grande onda de falências de lojas físicas à medida que os negócios online crescem cada vez mais rápido. O setor financeiro provará o sabor amargo por não receber pelos empréstimos realizados.
O crescimento das compras online, no que tange o setor de varejo, irá gerar novas empresas, funções e habilidades que antes não existiam. Porém o varejo online não terá as mesmas condições do passado, dado que os países estão alinhando uma nova forma de tributar as transações online. O setor financeiro também sofrerá mudanças dado o aumento de negociações online, incluindo novos serviços como moedas digitais. O setor da saúde também sofrerá mudanças e até mesmo em códigos antes intocáveis, pois o telessaúde criou novas oportunidades para profissionais desta área.
Algumas empresas sairão ilesas deste pesadelo e as sobreviventes poderão usufruir do mundo pós pandemia. Isso acontecerá à medida que o mercado se consolida em torno das vencedoras que colocaram em prática seus novos modelos de negócios aproveitando as novas oportunidades.
Ante os inúmeros impactos negativos das ameaças que assombram o futuro incerto, os governos terão que escolher investir muito mais nos setores da economia que são promissores, que possam oferecer uma recuperação forte, rápida, verde e economicamente sustentável. Isso objetivará a conservação dos empregos, investimentos em inovação e em projetos que possam ser mais prósperos.
A determinação das empresas neste momento é a busca pela reconstrução, assim como para profissionais que perderam seus empregos durante esta pandemia. Logo novos modelos de negócios deverão surgir dado a lei da sobrevivência.
O relatório da The Economist prevê que em 2021 o PIB mundial, em termos reais, aumentará em 4,5% significando um crescimento exponencial mais rápido registrado desde 1988. Contudo, dado a estagnação de 5,2% esperada para 2020, o desenvolvimento esperado para 2021 não será o suficiente para retornar a economia global aos níveis pré-COVID-19. Leva-se acreditar que não há esperança de recuperação total antes de pelo menos 2022, o que indica que o crescimento para 2020 e 2021 estão fora de cogitação.
O mesmo documento relata que os países asiáticos serão os que se recuperarão mais rapidamente, com alguns (incluindo a China) recuperando seus níveis de 2019 já em 2021. As principais economias se recuperarão amplamente em 2022. Os mercados emergentes terão que esperar até 2024.
Continua informado que este cenário se baseia no pressuposto de que o pior da pandemia será sentido em 2020 e que as pessoas desenvolverão alguma imunidade ao vírus após a infecção. O retorno à normalidade não ocorrerá até que uma vacina segura e eficaz seja lançada, o que não deve acontecer antes do final de 2021. Como resultado, surtos e bloqueios locais são esperados no próximo ano, colocando a maioria dos países sob severa pressão econômica, fiscal e social.
Ainda relatam que o cenário de longo prazo mais provável para as economias avançadas é de baixo crescimento, baixa inflação e altos níveis de endividamento, como já ocorre no Japão. Em meio ao aumento da dívida alimentada pela pandemia, as perspectivas para os mercados emergentes são mais sombrias. Muitos não terão escolha a não ser reestruturar a dívida no médio prazo.
Algumas tendências para bens de consumo e varejo em 2021 são apontadas em outro relato, que trouxe algumas previsões dada a mudança do comportamento de demanda online, tais como:
· O volume de vendas no varejo global crescerá 3%, mas ainda ficará 2% abaixo dos níveis de 2019.
· A Ásia será a única região a ver os gastos do consumidor em 2021 exceder os níveis anteriores à pandemia, ganhando ainda mais importância como mercado consumidor.
· O varejo online aumentará sua participação nas vendas totais do varejo, mas enfrentará ventos contrários na forma de fiscalização regulatória, impostos e ameaças cibernéticas.
Diante desta análise é possível crer que para algumas economias a globalização está sendo ameaçada, uma vez que muitos países e empresas estão priorizando olhar apenas para dentro de suas fronteiras sem sequer entender a dimensão da grande ameaça por falta de matéria-prima dada a mudança da cadeia de suprimentos. No entanto estas empresas que se limitarem apenas ao solo nacional, a médio prazo, ficarão totalmente vulneráveis, pois parte de suas concorrentes buscarão soluções internacionais tendo acesso a novos fornecedores, clientes, parceiros, modelos de negócios, etc. ficando cada vez mais fortes e preparados para empoderar suas empresas que crescerão em maior velocidade.
Referência: A report by The Economist Intelligence Unit - Industries in 2021: a slow, painful recovery
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