AS 12 TENDÊNCIAS QUE APONTAM AS MUDANÇAS DO VAREJO: MIGRAÇÃO DO COMÉRCIO FÍSICO PARA O ELETRÔNICO
Atualizado: 4 de dez. de 2020
Na medida que os lockdowns foram sendo decretados (chegando a mais de 100 países que instituíram o bloqueio total ou parcial ou restringiram aglomerações em meados de março de 2020 e afetando bilhões de pessoas[i]), muitos pequenos e médios comércios foram obrigados a fecharem[ii] suas portas temporariamente e outros para sempre. Só nos EUA foram mais de 100 mil[iii] estabelecimentos afetados e este número tende a crescer tanto localmente quanto globalmente, levando a economia mundial a assistir um verdadeiro apocalipse do varejo tradicional.
Mesmo com suas finanças sendo drenadas rumo à morte as lojas que conseguiram sobreviver até novembro de 2020 foram as que tomaram dinheiro emprestado e endividaram-se ainda mais, deixando o futuro incerto principalmente agora com a possível chegada da segunda onda.
Por outro lado, a cada porta de loja física fechada pelo menos uma nova loja online se abriu em função da migração de empresas e novos empreendedores que perderam seus empregos.
A vendas online cresceram na média 21% durante os 10 primeiros dias do esquenta de Natal nos Estados Unidos, aumento - alavancado pelos 63% dos consumidores que estão evitando frequentar lojas físicas. Destes, 81% decidiram comprar online[iv]. Segundo o Digital Commerce 360[v] espera-se um aumento de valor nas vendas em 2020 de 5,3% e de 43,3% em vendas online, vide gráfico abaixo, significando que as vendas pelo e-commerce representará 26,1% das vendas em 2020 contra 19,2% em 2019, sendo o comércio eletrônico responsável por todo aumento, uma vez que a vendas em lojas físicas cairão 3,7%.
Do lado dos varejistas, na média, 35% aumentaram suas vendas por meio do e-commerce. Antes da pandemia os consumidores frequentavam as lojas normalmente para comprarem roupas, utilidades domésticas, itens de decoração, eletrodomésticos, eletrônicos, informáticas, remédios, perfumaria, etc. Mas a mudança rápida de hábitos dos consumidores em comprar pela internet, desde o início da pandemia, está levando o varejo a investir cada vez mais em sofisticar seus sites tanto no front-end quanto no back-end ou até mesmo construírem do zero.
A Digital Commerce 360 apontou cinco razões de otimismo que levaram as vendas online a outro patamar no ano de 2020 e que certamente mudará os hábitos de compra para sempre, são elas:
1. O volume acumulado no ano está sendo recorde: apenas nos seis primeiros meses de pandemia as vendas online aumentaram 30,1%, um gasto de US$347,26 bilhões, significando um aumento de duas vezes e meia com relação a 2019 (12,8%), mas no segundo trimestre (abril a junho) este aumento foi de 44,4%.
2. Os consumidores planejam comprar mais de forma online: Mais de três quartos dos consumidores planejam completar suas compras de final do ano por meio do e-commerce.
3. Alguns grandes varejistas fecharam suas lojas no Dia de Ação de Graças: normalmente as lojas ficam abertas no Dia de Ação de Graças, porém em 2020 alguns dos grandes varejistas fecharam.
4. Transportadoras preparam-se para um grande aumento de entregas: grandea empresas de logística como a DHL Express esperam um aumento de 50% para este natal de 2020.
5. Amazon apenas adiou o Prime Day de julho para meados de outubro: A Amazon Prime Day apenas adiou as 48 horas de promoção que acontecem em julho para meados de outubro.
Após analisar esta grande mudança do varejo e hábitos dos consumidores, ou seja, transição do físico para online, receio de aglomerações, seguir as recomendações do governo e evitar sair de casa é possível avaliar algumas tendências do e-commerce, como por exemplo:
1. Rápida e forçada migração das vendas em lojas físicas para online o que veio para ficar, dado que os preços poderão ser ajustados para baixo sem a necessidade de investimento em estoque no logo prazo.
2. Crescimento exponencial do DTOC ou D2C, direct-to-consumer, onde os transformadores de produtos poderão vender diretamente para os consumidores finais a fim de aumentar suas receitas sem ter que passar pelo varejo e ao mesmo tempo pagarem seus empréstimos que foram feitos no início da pandemia para alavancar o capital de giro.
3. Investimento frenético tanto em front-end quanto em back-end, momento que as lojas físicas estão encontrando uma grande oportunidade de sobrevivência por meio do crescimento das vendas online e minimização das vendas no espaço físico.
4. Empresas de logísticas estão sendo forçadas a fazerem investimentos para conseguirem acompanhar a alta demanda de entregas, dadas as vendas online, e tentarem aumentar suas barreiras de entrada de novas empresas concorrentes no mercado.
5. Governos irão criar novas leis tributárias para taxarem as vendas eletrônicas, as quais estão crescendo cada vez mais rápidas. Os cuidados dos consumidores finais terão que ser redobrados ao comprar pela web, pois não podem esquecer dos impostos que antes da pandemia não eram cobrados.
6. Aumento com a segurança digital dada a preocupação com as transações online será outra tendência, pois o aumento das vendas pela web desperta, cada vez mais, a atenção dos piratas cibernéticos que podem tanto criptografar os dados quanto roubá-los e usar em benefício próprio.
7. Enfraquecimento do uso da moeda em espécie uma vez que as transações online estão cada vez mais avançadas, regulares e disruptivas.
8. A chegada e crescimento da realidade aumentada entrega uma nova experiência de visualizar os produtos pela internet e de até mesmo experimentar um calçado ou roupa ao usar um aplicativo e apontar a câmera do celular para o corpo, assim como escanear a casa pelo celular e escolher os produtos como se tivesse como uma maquete em mãos.
9. Com a inteligência artificial os comerciantes poderão melhorar ainda mais seu entendimento sobre os clientes e como os diferentes consumidores tomam suas decisões de compra.
10. Rápidas interações e seguir clientes será um grande diferencial das lojas online, ou seja, um cliente acessa a página de um e-commerce e imediatamente ele pode conversar pelo chat ou fazer uma ligação por vídeo para tirar todas as suas dúvidas sobre o produto. Outra forma, serão as lives que lojas farão para apresentar seus produtos e mostra seus diferenciais competitivos.
11. Big Data apoiará as empresas tomarem suas decisões baseadas em análise de informações de mercado em cruzamento com os dados da IA.
12. Barreiras como trânsito, distância e língua não serão mais um impeditivo para um consumidor adquirir um produto, uma vez que um drone poderá entrega-lo, computadores e celulares farão as traduções e a impressora 3D encurtará a distância.
Ainda há um longo caminho para estas poucas 12 tendências serem concretizadas, mas vencerão aquelas empresas que forem rápidas e começarem a implantá-las. É um caminho sem volta e cada dia sem se preocupar com estas mudanças mais próximas do abismo as empresas resistentes chegarão.
[i] BBC – Coronavirus: The world in lockdown in maps and charts – 06/04/2020 - https://www.bbc.com/news/world-52103747 [ii] Forbes - More Than 14,500 Stores Are Closing In 2020 So Far—A Number That Will Surely Rise – 06/06/2020 e atualizado em 15/11/2020 https://www.forbes.com/sites/walterloeb/2020/07/06/9274-stores-are-closing-in-2020--its-the-pandemic-and-high-debt--more-will-close/?sh=205bf727729f [iii] Washington Post - Small business used to define America’s economy. The pandemic could change that forever – 12/05/2020 - https://www.washingtonpost.com/business/2020/05/12/small-business-used-define-americas-economy-pandemic-could-end-that-forever/ [iv] COVID-19 drives a surge in online holiday shopping – 11/11/2020 - https://www.digitalcommerce360.com/article/coronavirus-impact-online-retail/ [v] Com mais de 20 anos é uma empresa líder em mídia, pesquisa e relatórios oferecendo informações objetivas e dados competitivos em varejo eletrônico, comércio eletrônico B2B e saúde digital.
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